O fenómeno da precipitação ácida é bastante prejudicial para a biosfera. Na verdade, podemos verificar directamente as suas consequências nos edifícios, no solo, nas florestas, em seres vivos, em ambientes aquáticos e ainda na saúde humana.
Ao precipitar-se chuva ácida num longo período de tempo num determinado espaço provoca o aumento da concentração de metais pesados, como o alumínio, o mercúrio, o manganês, o chumbo, o zinco e outros[1]. Sendo o pH consideravelmente baixo verificamos, a longo prazo, a acidificação dos solos e posteriormente a ocorrência de ainda mais absorção de alumínio e dos outros metais pesados. Estes provocam também a acidificação da água presente nos ambientes aquáticos e, por conseguinte, podem provocar ainda, em casos extremos, a destruição de habitats e a morte dos seres vivos que neles habitam. No entanto, algumas espécies têm maior capacidade de resistência à água ácida do que outras[2] embora a grande maioria dos seres vivos não consigam sobreviver quando o pH da água é inferior a 4[3] como se pode constatar pela figura 1.
Todavia, quando a precipitação ácida é absorvida pelo solo, a quantidade de metais pesados também vai afectar a água subterrânea que aqui se encontra[4], podendo esta vir, mais tarde, a interagir com a cadeia alimentar[5] (fig.2).
A acidificação de água de grandes superfícies provoca a destruição de toda a fauna e flora que a rodeia. Tal facto verifica-se, uma vez que os metais pesados presentes no solo tendem destruir todos os nutrientes que nele se encontram, como o cálcio, o magnésio e o potássio[6], prejudicando todas as plantas que se podem desenvolver e que estão em desenvolvimento neste local[7], tornando-as mais susceptíveis a possíveis doenças, secas e geadas[8]. Também se pode verificar uma elevada toxicidade nos microrganismos que se encontram no solo quando o pH é baixo. Esta elevada toxicidade impede estes seres vivos de decompor a matéria orgânica que as flora em seu redor tanto necessita[9].
A chuva ácida é também responsável pela destruição de edifícios e centros históricos. Aqui é onde se consegue observar melhor o seu impacto, sobretudo em edifícios de calcário, mármore e arenito[10].
Podemos ainda constatar as consequências directas da precipitação ácida para a saúde humana em alguns casos particulares, como os assinalados por Don Hinrichsen. A precipitação ácida terá provocado na costa oeste da Suécia «a corrosão das panelas de alumínio, a diarreia das crianças mais novas, uma água de sabor esquisito e, em vários casos, cabelo louro a tornar-se verde por ser lavado em água com grande quantidade de cobre»[11]. Foram também identificadas situações em que os ovos de algumas criações de galinhas possuíam uma casca demasiado fina devido à acidez das águas subterrâneas[12].
Figura 1: Escala de pH e condições óptimas para a sobrevivência de seres vivos
[1] Fonte: HINRICHSEN, Don - A Chuva Ácida e o Declínio das Florestas, in: Relatório Terra (A Luta pelo nosso Ambiente), Círculo de Leitores, 1989
[2] Fonte: http://environment.nationalgeographic.com/global-warming/acid-rain-overview/
[3] GONÇALVES, Barbara; SANTOS, Bruno; NUNES, Helena, (2010), “Monitorização dos níveis de acidez na precipitação atmosférica verificada em Castelo Branco”, Escola Secundária/e Amato Lusitano
[4] Fonte: idem
[5] Fonte: ib idem
[6]Fonte: HINRICHSEN, Don - A Chuva Ácida e o Declínio das Florestas, in: Relatório Terra (A Luta pelo nosso Ambiente), Círculo de Leitores, 1989
[7] Fonte: http://environment.nationalgeographic.com/global-warming/acid-rain-overview/, acedido a 14/03/2011, as 17h37min
[8] GONÇALVES, Barbara; SANTOS, Bruno; NUNES, Helena; Monitorização dos níveis de acidez na precipitação atmosférica verificada em Castelo Branco; 2010
[9]Fonte: HINRICHSEN, Don - A Chuva Ácida e o Declínio das Florestas, in: Relatório Terra (A Luta pelo nosso Ambiente), Círculo de Leitores, 1989
[10] Fonte: http://www.ace.mmu.ac.uk/eae/Acid_Rain/Older/Buildings.html
[11] Fonte: HINRICHSEN, Don - A Chuva Ácida e o Declínio das Florestas, in: Relatório Terra (A Luta pelo nosso Ambiente), Círculo de Leitores, 1989
[12] Fonte: idem
Sem comentários:
Enviar um comentário